quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Por vezes, temos a "morte na alma"...


"Morte na Alma" é um termo queirosiano, de " Os Maias", ou melhor, do ancião Maia.
O Velho Maia confessava que, perante a perda dos valores (no seu caso, familiares) em que acreditava, mais do que o corpo (que viveria enquanto fosse possível), era a alma, os valores e as suas causas, que morriam. Dizia ele, escrevendo a um amigo, "faço-o com a morte na Alma".
Hoje, escrevo, neste meu diário pessoal, com a "morte na Alma".
Porque, ideias com sucesso, noutros locais do País, feitas projectos de intervenção e com financiamento comunitário, são boas em todo lado, menos em Marco de Canaveses, e, por isso, quem decide sobre os financiamentos não os dá. Talvez porque existe uma Rede Social Local, no Marco, a quem se pede um parecer e 5 meses depois ele não é dado, talvez porque a ousadia de tentar organizar instituições da sociedade civil local, em torno de projectos, SEM DAR O PRIMADO AO PRESIDENTE DA CÂMARA, era "muito à frente" para quem tem os diferentes poderes, o que facilita dúvidas, suspeições e "traições", mesmo de parceiros próximos, a troco de "feijões".
Fartei-me. Estou há muitos anos no mundo do desenvolvimento social; não estou habituado a determinados procedimentos e como tal, retiro-me.
Retiro-me, só, deste combate profissional. Com 53 anos, uma pausa é interessante
Mas não saio do Marco. AQUI TENHO UM COMBATE CIDADÃO. Que vou travar, até ao fim.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Refexões sobre um fim de semana no Futebol local



Passo a tempo a repetir isto : este espaço é um "diário pessoal" que partilho, de forma aberta. Não é um Jornal.
Neste sábado e domingo, vivendo um momento de solidão pessoal (previsto), episódios de alguma desilusão (que não de insucesso) profissional e de muito desencanto desencanto político - partidário, resolvi fazer algo que, reconheço, há muito, devia ter feito, pois é isso que tem a ver com o meu modo de estar em sociedade : fui ver todos os jogos de Futebol do "Marco 09" disponíveis. Vi, no sábado, no escalão "Escolas", Marco 09/Carvalhosa; no domingo, de manhã, em "Juvenis", Marco 09/ Baião e, á tarde, em Séniores, Marco 09 / Raimonda.
Recordei algo que foi, quando trabalhei, nos Açores, o meu modo de estar entre 1990 e 1993 : fazer do ir ao futebol amador, de todas as camadas, um modo de, anónimamente, estar com as pessoas e conhecer melhor o modo como o "povo em movimento" funciona.
Para além disso, passei a saber que existe, nos juvenis, um excelente guarda-redes chamado Ambrósio, um Moreira que me lembrou o Humberto Coelho quando júnior (tenho idade para me lembrar dele com essa idade), pela sua segurança e autoridade; que, nas "escolas", há um aguerrido extremo chamado Pinho, sem esquecer outros.
Igualmente recordei os meus tempos de dirigente desportivo, no "ARRUDENSE", entre 1982 e 1987 e, depois, entre 1989 e 1990. O que significava trabalhar com atletas muito jovens, alguns dos quais meus alunos, ganhar os pais para a participação e colaboração, consolá-los nas derrotas, tentar amenizar os castigos dos "cartões", mas sobretudo, fazer com que, através do "Clube" da sua terra, se identificassem com ela e sentissem que ela os acarinhava. 25 anos depois, muitos são dirigentes desse Clube. Algo ficou, afinal.
Senti um prazer enorme ao estar no "Campo sintético", nas manhãs de sábado e domingo, e, de tarde, no "Municipal". Vi pessoas que conheço, dos cafés, inclusive, casais já com alguma idade, na bancada ou em pé, ou mesmo pais e avós com os filhos ou netos.
Isto significa algo. Significa muito.
Quer dizer que o Marco tem muito futuro, na sua sociedade civil, sobretudo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Reflectir sobre o PS no Marco

Coloco em comum um texto hoje remetido à Comissão Política Concelhia do Marco.

REFLECTIR PARA INFLECTIR UMA ORIENTAÇÃO POLÍTICA
(OU A FALTA DA MESMA)


1. Enquadramento

Uma reflexão sobre o PS local só pode ser feita mediante uma constante referenciação a documentos estruturantes da vida do Partido, como a Declaração de Princípios ratificado em reunião da Comissão Nacional de 11 de Janeiro de 2003.
Dela respigamos, para já, o Ponto 20, por nos parecer verdadeiramente clarificador sobre o que deve ser a vida interna do Partido e o modo como ele se insere na sociedade nacional e local (com sublinhados e destaques nossos).
Citamos :
“ 20. O PS é um partido republicano, que emana dos cidadãos. Por isso, concebe a acção política como tarefa colectiva de mobilização de pessoas e grupos para o projecto da plena realização da democracia e da afirmação dos ideais da liberdade, da igualdade e da solidariedade. Por isso, é um partido plural, coeso e fraterno, aberto à comunicação permanente com as diferentes organizações e correntes de opinião que fazem a riqueza da sociedade civil, e assente na intervenção social e cívica dos seus membros, militantes e simpatizantes, cidadãos livres e activos unidos pela ampla plataforma política da democracia e do socialismo democrático.
Agir é o contrário de aceitar passivamente a lógica fatalista de perpetuação dos factores de atraso económico, cultural e científico, bem como dos factores de injustiça e desigualdade social. Participar, recusando o alheamento, a indiferença e o conformismo, é exercer um direito e um dever fundadores da cidadania. O PS convoca todos quantos se reconhecem no projecto de realização plena da democracia e promoção dos direitos humanos a mobilizarem-se para a acção política, nas diferentes formas que a concretizam nas sociedades contemporâneas.
O PS considera vital não ceder à tentação inerente às organizações políticas para se fecharem sobre si próprias. Sem diminuir a importância da estrutura partidária e o contributo decisivo dos seus militantes, sem perder nenhum dos fortes elos que o ligam às classes trabalhadoras e sem abdicar da sua natureza de grande partido popular, o PS deseja aprofundar a comunicação com as diferentes correntes de opinião e intervenção que fazem a riqueza da sociedade civil, prestando particular atenção ao diálogo com o mundo da ciência, da cultura e da inovação técnica e social. O que está em causa é o estabelecimento de uma verdadeira rede de cooperação e solidariedade entre modos plurais de agir politicamente.
Ao mesmo tempo, o PS considera ser seu imperativo moral, cívico e democrático assegurar um adequado quadro de organização e promover um efectivo clima de respeito e diálogo entre os seus membros. O PS cultiva a democracia interna e vê a sua força principal na pluralidade das características, convicções e projectos dos seus membros, unidos na grande plataforma política que assenta na vinculação recíproca entre o projecto do socialismo democrático e a plena realização da democracia política, económica, social e cultural.
O PS quer estar permanentemente no centro do debate político, quer estar aberto às correntes de opinião e aos movimentos sociais, quer fazer a síntese crítica dos muitos contributos que alimentam a mudança democrática. “

Contudo, o mesmo documento refere que, quer ao nível da organização interna, quer ao nível da dinamização da sociedade civil, esse “modo de estar” tem uma marca e referência ideológica, logo não é casuístico ou amorfo, muito menos oportunista.
Continuamos a citar a Declaração de Princípios:
“[extracto do Ponto 1]
“ O PS convoca toda a sua história e todo o seu património para iluminar a acção presente. A luta contra o fascismo e o colonialismo, o ideal do “socialismo em liberdade” e a denúncia dos totalitarismos, a liderança na fundação e institucionalização da democracia representativa e pluralista e na sua consagração constitucional como uma democracia política, económica, social e cultural, o europeísmo, a causa do desenvolvimento solidário e sustentável e a combinação entre modernização e consciência social, todas estas opções estruturaram a evolução do PS, o seu enraizamento popular e a afirmação como um grande partido democrático”.

Ou
[extracto do Ponto 13)
“Os socialistas são democratas radicais, porque entendem que não há alternativa para a democracia, como regime político baseado na liberdade e na escolha popular, e entendem que a democracia constitui um fim em si mesma, um precioso bem que é necessário defender. A democracia é também uma cultura, uma maneira de conceber as acções e as relações entre os indivíduos e os círculos sociais que eles formam. Essa é a cultura da liberdade, da autonomia, da descentralização, da iniciativa, da criatividade, da comunicação, da participação no espaço público, da celebração da diversidade e das diferenças, do reconhecimento mútuo e do encontro. É a extensão aos vários domínios da vida social da convicção de que da pluralidade dos seres e das ideias e da livre argumentação e livre escolha se faz uma sociedade pacífica, dinâmica, culta e próspera.
Esta defesa radical da democracia e do valor e da prática da cidadania, quer como realização de direitos, quer como assunção de deveres e partilha de responsabilidades, é que deve orientar também as reformas do sistema político e da administração, no sentido de fomentar as condições e o alcance da participação dos cidadãos e aumentar a proximidade e a eficiência dos serviços que lhes são prestados”
.
É, pois, claro o primado da ideologia sobre o “praticismo”, sobre a acção avulsa em nome da oportunidade do momento.
De facto, a organização interna do Partido deve ser democrática e participada, porque assim consta da sua matriz ideológica; do mesmo modo, os militantes devem, junto com o Partido, dinamizar a participação cidadã e a sociedade civil, não centrados na obtenção do Poder, mas, principalmente, porque a sua matriz ideológica a tal os convida; igualmente, as propostas e acções do Partido, na dita sociedade civil, devem reflectir o ideário da devolução dessa sociedade às pessoas, que, progressivamente se apropriam da sua gestão, e não fomentar o seguidismo, o alheamento, o oportunismo,
Os Partidos (e o PS) também servem, de facto, para disputar o Poder. Mas obtê-lo não deve ser a preocupação central, mas, sim, a consequência da fidelidade aos seus princípios, mormente na presença na sociedade.
Urge, pois, colocar a ideologia no centro do debate político no PS do Marco.
O que não aconteceu, pelo menos no processo autárquico.
Senão, estamos perante um “sindicato de interesses”, tipo PSD de MF Leite.
Ou então, estaremos no Partido errado…


2. Aprender com a experiência

A excessiva preocupação e, mesmo obsessão, por vitórias eleitorais, mormente, nas Autárquicas, tem levado a um enorme desgaste e lutas fraticidas entre os Camaradas. Constantemente se “cobram” as derrotas, se “pede a cabeça” de quem perde, e, nem sempre, se analisa porque se perdeu e se essas derrotas derivam, precisamente (ou não) da deficiente organização interna (por vezes ao arrepio dos Estatutos) , mas, sobretudo, da falta de presença activa e dinâmica dos militantes na sociedade civil.
Em suma, da falta de respeito pela tal “matriz ideológica”.
O tempo perdido a “cortar cabeças” ou a “incinerar” críticos prejudicou, desde sempre, a reflexão fundamental: a questão deveria ser “porque perdeu o PS ?” e não “porque é que fulano perdeu ?
Isto porque aprender com a experiência é tirar lições sobre os erros, corrigi-los e não os repetir, e não “afastar” quem errou.
Teremos de entender, contudo, que o não correcto funcionamento, neste mandato, dos órgãos legítimos locais, não possa ser “branqueado” e deva, se necessário, ser analisado em instâncias jurisdicionais do PS.
No que concerne ao passado combate autárquico, a derrota deveu-se, sobretudo e essencialmente, à falta de respeito pela dita matriz ideológica do PS, expressa na dita Declaração de Princípios e, na sua formulação jurídica, nos Estatutos. É essa a lição a tirar dessa experiência.
Isso foi visível:
- Na fulanização, personalização e “presidencialização” da Candidatura, com demasiado Candidato e pouco PS;
- No cumular da falta de organização interna do Partido, com sub-alternização, desvalorização e, mesmo, “esquecimento”, dos órgãos internos, mormente a partir do lançamento do Candidato (o que, no fundo, vem na sequência dos moldes em que o PS local vinha sendo gerido);
- Na falta de uma linha ideológica que marcasse o Programa e as propostas políticas a fazer, optando-se por um “alinhavar e coser” de medidas avulsas, de onde não ressaltava um modelo de desenvolvimento para o Concelho (desprezando todo o trabalho que chegou a ser feito, mormente nos “Fóruns” temáticos);
- Na criação de um ambiente de crispação e de autoritarismo, que cerceou o debate interno ou a livre expressão de opiniões, levando ao afastamento ou auto-afastamento de quem ousava ser crítico, constantemente tratados como se fossem “traidores”, no pior da tradição maoista (que nada tem a ver com o PS);
- Em consequência da falta de visibilidade e presença do PS e dos seus militantes na dinamização da sociedade, a apresentação de uma equipa fraca sem ideias fortes, centrada em 2 ou 3 personalidades, mas ás quais era difícil associar um projecto político ou ideológio, muito menos do PS.
Os Camaradas afastados, ostracizados ou, mesmo, ao arrepio dos Estatutos e Regulamentos derivados, ignorados, têm todo o direito de exigir inquéritos sobre estas práticas, que, de facto, no espírito e letra, nada têm a ver com o PS e o sei ideário democrático.
Esta é a lição que devemos tirar da NUNCA DESMENTÍVEL derrota da estratégia de quem conduziu o processo autárquico : o PS não é um “sindicato de oportunidades”, é um Partido com matriz ideológica, e, como tal, deve ser portador de ideias fortes para a sociedade local, estribadas nessa matriz. E, sobretudo, estar nela presente.
Quem perdeu na foi o PS; a versão “sindicato de oportunidades” foi a derrotada nas eleições autárquicas.
Mas interessa, agora, o Futuro.

3. Refundar o Partido


3.1 Porque o PS é necessário e essencial para a Democracia no Marco
A derrota autárquica significou uma nova leitura, perfeitamente perigosa : Manuel Moreira seria o garante da Democracia local, logo, o “presidencialismo”, “peronismo” e os tiques autoritários de Artur Melo em nada ajudaram a combater essa ideia.
Ainda na recente Assembleia anual de militantes, alguns novos militantes, que apoiaram Artur Melo, pediam a expulsão do Partido de quem não tinha votado PS, de quem tinha criticado a estratégia (‘?) fora do Partido (internamente, contudo, o ambiente era inquisitorial – veja-se o caso Rolando Pimenta) e, pior, quem tinha ido a “Comícios” de outras candidaturas, como se esse não fosse um direito cidadão.
Esta visão nada tem a ver com o PS.
Cita-se, uma vez mais, o Ponto 20 da Declaração de Princípios:
“Ao mesmo tempo, o PS considera ser seu imperativo moral, cívico e democrático assegurar um adequado quadro de organização e promover um efectivo clima de respeito e diálogo entre os seus membros. O PS cultiva a democracia interna e vê a sua força principal na pluralidade das características, convicções e projectos dos seus membros, unidos na grande plataforma política que assenta na vinculação recíproca entre o projecto do socialismo democrático e a plena realização da democracia política, económica, social e cultural.
O PS quer estar permanentemente no centro do debate político, quer estar aberto às correntes de opinião e aos movimentos sociais, quer fazer a síntese crítica dos muitos contributos que alimentam a mudança democrática.
Mas, mais grave, anda, é a imagem pública, que persiste, de Partido “partido”, desorganizado, de pequenos grupos, enfim, o tal “sindicato de interesses”.
Acresce uma certeza:
A “agenda política”, desde que Manuel Moreira foi eleito, é marcada por ele e pelo PSD.
Em Democracia, quem marca essa “agenda” devem ser os cidadãos, que acreditam que são eles que devem tomar em mãos os destinos dos Concelhos e Freguesias. Unindo-se em torno de ideias fortes, nascidas de uma ideologia fundadora comunitária, que, neste caso, move o PS.
Por isso o PS é necessário, no Marco.
3.2 Mas que PS é necessário ?
De certeza, não é um PS dividido. Um PS “peronizado”; um PS presidencializado. Um PS inquisitorial.
Mas, muito menos, um PS unido artificialmente em torno de pessoas, tipo discurso do Estado Novo, por projectos pessoais ou “sindicatos de interesses”.
Precisa, sim, de um PS unido em torno da sua Declaração de Princípios, que tem um discurso de Esquerda sobre o Concelho, radicado na necessidade de aprofundar a democracia participativa e a recolocação da cidadania no centro da vida local, que permita que, na Sub-Região do Tâmega, tenhamos a centralidade que a tacanhez de poderes e oposições locais nunca exibiram.
Que se afirme com um projecto de democracia e desenvolvimento sustentável para o Concelho.
3.3 Começar em Casa…
Não vale a pena “pregar doutrina” que não se cumpre em Casa.
E a Casa é o nosso PS local e os seus órgãos.
É necessário que, até ás próximas eleições internas, se RESTAURE a democracia interna (verdadeira, não só verbal) e se acabe com o “presidencialismo” : os órgãos do Partido devem funcionar. Se tal não acontecer, aguardemos pelas eleições internas.
Depois, é necessário que o Partido, se, de facto, quiser ser fiel ao seu ideário, transmita, para o exterior, uma imagem de um “sindicato”, não de interesses ou projectos pessoais ou grupais, mas de “Provedoria” do cidadão. A Sede deve abrir, ter um horário de proporcione que os militantes se encontrem entre si; os eleitos municipais (CM e AM) devem ter, na Sede, um horário de recepção aos cidadãos que os querem contactar, pois são eleitos do PS (não em nome individual) e, na falta de espaços municipais, deve ser aí que é feito. Nem que seja 1 hora por semana. Ou, para os mais “despertos” para as TIC, ressuscitar a página do PS Marco e ter um atendimento electrónico.
Só assim se restaura a democracia interna e se a faz transparecer para o exterior.
3.4 Dinamizar a sociedade civil local
3.3.1 Com os Autarcas e com o Partido
O PS, como Partido de Esquerda (ver Declaração de Princípios) e os citados pontos da mesma, deve fazer da razão da sua existência ter uma ideia e visão, prática, de futuro para o Concelho.
O primeiro passo é unir os seus Autarcas (CM, AM , JF e AF), em torno de um projecto para o Concelho, suficientemente estruturado e fundamentado, que esteve previsto para Programa Eleitoral mas que foi prejudicado pela visão “presidencialista” . De facto, não faz sentido que cada um opine, que existam votações onde cada vota como quer, se alie a seu belo prazer com quem quer, seja “seduzido” pelo Dr. Moreira, etc.
Para obviar tal, antes de ABRIL, a actual Concelhia deve promover umas Jornadas Autárquicas sobre o Desenvolvimento do Concelho, de molde a concertar, na teoria e na prática, um caminho para o desenvolvimento do Concelho, POIS ISSO NÃO FOI FEITO ANTES DAS ELEIÇÕES (embora houvesse intenção, dos “ostracizados”, de o fazer), e não se pode continuar a “navegar à vista” ou com propostas sem qualquer referenciação ao modo de ver o mundo e a vida dos socialistas, aplicadas à realidade local, claro. Daí termos de definir, COM OS ELEITOS LOCAIS e quem quiser contribuir, uma visão estratégica do Concelho, de longo prazo, da autoria do PS, que marque o discurso político deste mandato.
Isto porque a (não) estratégia e o (não) programa presente a eleições foi derrotado e o futuro já começou.
Segundo, o PS local tem de retomar o funcionamento dos “Grupos de trabalho temáticos”, que devem, de acordo com a matriz ideológica do PS, poder ser uma fonte de trabalho e de produção constante de ideias e de propostas, necessariamente para formar os militantes e apoiar os Autarcas (mormente a pedido destes), mas, essencialmente, para promover debates, fóruns ou iniciativas públicas sobre temas de interesse.
3.3.2 Na vida local
Depois, os militantes do PS, sozinhos, em grupo, organizados com outros cidadãos, devem estar presentes e activos no movimento associativo e solidário local.
Dirão que as instituições locais estão demasiado dominadas pelos “poderes”, que não vale a pena, que seremos sempre os mesmos etc.
Será verdade. Contudo, não se fala ter listas do PS para isto ou aquilo, para esta ou aquela entidade, mas de, antes, fazer o “trabalho de casa” : de nos fazermos presentes, de irmos aos espaços públicos, de frequentarmos, como cidadão e pessoas que é sabido sermos do PS, as iniciativas (mesmo as da Câmara) que vão acontecendo. E então, se for o caso disso, dinamizarmos o surgimento de listas de para corpos sociais ou, mesmo, criar associações com um novo espírito .
Isto porque a visão de Manuel Moreira é a de um associativismo (cultural, desportivo, de juventude, etc) “municipalizado”, de uma solidariedade social centrada em uma ou duas IPSS que a Câmara controla na perfeição que possuem uma visão “assistencialista” fora de moda.
De facto, a “agenda” da cidadania, no Marco, tem de, progressivamente, passar a ter a marca ideológica do PS.

Em suma, um Partido afirma-se por aqui.
Porque, primeiro, a sociedade local deve reconhecer os seus militantes como pessoas públicas, activas, que dão contributos, ideias e trabalham para a vida local.
Depois, descobrir que por detrás está uma estrutura local de um Partido que alimenta essa intervenção.
E, como tal, os actuais eleitos do PS são a “visibilidade política” dessa forma de estar na vida local
Que, por fim, tudo isso se radica NUMA VISÃO/PROJECTO DE DESENVOLVIMENTO DO CONCELHO, CONSTRUÍDO COM UMA “MATRIZ IDEOLÓGICA” DE ESQUERDA.
DEPOIS, GANHARÁ AS FUTURAS ELEIÇÕES, POR CAUSA DE TUDO ISSO.

O PS, actualmente, tende a constituir-se como, na formulação de Manuel Alegre, na “esquerda possível”. Ou seja, aquela que deixou de ter vergonha de ser “de esquerda”, mas mergulhando nas realidades locais, com espírito aberto, mesmo sem perder rigor ideológico, faz compromissos para coisas realizáveis, em nome da utopia.
O PS consegue aglutinar, na sua história, o velho republicanismo, a tradição marxista, mas também o humanismo cristão, o civilismo anarquista, enfim a “esquerda” que pode ser intelectual, que, é verdade, “gosta de reuniões”, mas está no terreno, os seus militantes andam na rua, frequentam espaços públicos, são conhecidos por ter opinião, por trabalhar para o bem comum.
Este PS, do qual somos militantes, conseguiu reformar a Segurança Social, dar um golpe quase fatal na ideia “assistencialista” que minava uma Solidariedade Social com bafio de “sacristia”, trava uma luta dura com interesses corporativos (e por vezes faz acordos, como com os professores), legalizou as uniões entre pessoas do mesmo sexo,; marca a modernidade daquela esquerda a que, em 1914, o francês e primeiro ministro Leon Blun definiu como aquela que consegue ver a classe [o grupo] sem esquecer a pessoa.
É o PS de Mário Soares, de Ferro Rodrigues, de Manuel Alegre, de Palma Inácio, de Vieira da Silva, enfim, de gente da esquerda que não tem vergonha de o ser, mas que, afinal, tem perspectivas muito diversas do socialismo.

No Marco também tem de ser isso : um PS que marca a agenda local, porque sabe o que quer, em termos de desenvolvimento sustentado e participado, para o Concelho.
Porque terá de ser o tal partido plural, coeso, mas, sobretudo fraterno, que a Declaração citada insiste em definir.
E que prescinde, EM DEFINITIVO, de ser “sindicato” de interesses ou projectos pessoais.

Abel Ribeiro (militante nº 000113504 - Distrito do Porto)

Sobre a pobreza, neste seu "Ano Europeu"





Respiguei um texto datado (2002) e localizado (Alentejo), mas que, ao voltar a consultá-lo, julgo ser útil ser colocado em comum (academismos à parte...).


CONTRIBUTOS PARA UMA CLARIFICAÇÃO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DA EXCLUSÃO SOCIAL NO DISTRITO DE ÉVORA *
____________________________________________________________________________
* Comunicação ao “Encontro de Chefes de Projecto de Luta Contara a Pobreza do Distrito de Évora ”
Abel Maria Simões Ribeiro
Docente do Instituto Superior de Serviço Social de Beja
Coordenador do Núcleo de Évora da REAPN


Resumo
O autor tenta situar as questões da exclusão e do seu combate num domínio simultaneamente subjectivo e objectivo: por um lado, existe uma percepção, perfeitamente mensurável, da exclusão, como o não usufruto de bens ou direitos; por outro, existe uma dimensão subjectiva, que não se situa no “excluído”, mas no discurso que a sociedade faz sobre o seu estatuto, que, por vezes, pode ser deveras relativo no que á realidade objectiva dessa exclusão respeita.
Conclui sobre a colocação das questões da exclusão, na única dicotomia que reconhece: conseguir ser-se (ou não) cidadão.

1. O que é lutar contra a exclusão ?

Há pelo menos 3 décadas que responsáveis pelos poderes, na Europa, assim como nas chamadas organizações da sociedade civil trabalham e lutam, organizados e apoiadas pelos chamados “dinheiros comunitários”, contra a pobreza ou contra a exclusão.
Contudo, se vos perguntar o que é a exclusão, dificilmente encontraremos um conceito consensual: a pobreza é algo que sabemos o que é, quase intuitivamente, mas que dificilmente conceptualizamos; a exclusão, talvez, ainda pior seja. Contudo, há muito (1993) que a própria União Europeia, através do então responsável pelo Programa Pobreza III, o Prof. Pierre Hierneux, adoptou um conceito, fundamental, para a exclusão, que me parece servir para todo e qualquer espaço do Mundo :

“A exclusão consiste na impossibilidade ou incapacidade, de uma pessoa ou grupo social, aceder e usufruir de um nível de vida e qualidade de vida médio do seu grupo social que, simultaneamente, corresponda às suas expectativas enquanto, consumidor, num determinado tempo e cultura global e local”

É um conceito muito operativo, talvez por vir de alguém que, ao mesmo tempo, é do “terreno” e da “ciência”.
Isto porque o centra, precisamente, não nas suas expressões e rostos (insuficiência de rendimentos, desqualificação, destruturação da família...), mas, precisamente, nos mecanismos de sua criação.
Penso ser este o equívoco, benévolo e bem intencionado de muitos dos chamados projectos de luta contra a exclusão/pobreza : lutamos contra as expressões, as consequências do incorrer na exclusão ou pobreza, e não contra os mecanismos que a criam; por isso abrimos infantários e creches, fazemos formação profissional, construímos curriculae escolares adequados a crianças diferentes, até tentamos “estruturar” as famílias. Tudo isto é meritório e útil, mas, sinceramente, não acredito que seja ser anti-pobreza e, muito menos, anti-exclusão; ainda é ser, teimosamente, assistencialista.
Por isso, não situo esta análise ao nível dos números valores ou dados estatísticos.
Julgo preferível tentar, convosco, encontrar pistas para a identificação dos mecanismos criadores da exclusão para, no desempenho profissional meritório que todos nós temos, os podermos, de facto combater. Isso mesmo, atacar os mecanismos...

2. A representação social do excluído no Alentejo
Vamos ser claros: o “excluído”, no discurso dos poderes, no Distrito, entre nós, tem muito pouco a ver com aquilo que Hierneux dizia.

Vejamos, só, um exemplo, que deixo á vossa reflexão e aprofundamento: todos, desde os Sindicatos, às Associações de Reformados, às Autarquias, falam das “pensões de miséria”, dos idosos, como o grupo social (“de referência”), mais pobre. Se tivermos uma lógica de análise do rendimento distribuído, será verdade. Agora, pergunto-vos, aqueles e aquelas que casaram há pouco tempo, ou que baptizaram um filho: quem deu a prenda mais valiosa? Os Pais ou os Avós ? Mais, a quem recorremos, nas alturas de “apertos económicos” (para dar a entrada para a casa ou o carro...): ao Pai urbano, com profissão bem definida, ou ao Avô ou Avó, o tal das “pensões de miséria” ? Deixo-vos esta perplexidade...
De facto, temos uma representação da condição de exclusão ou, mesmo, da pobreza que, de facto, se baseia muito no lugar comum e não naquilo que Hierneux dizia.
Talvez, por isso, insista que só conhecendo os mecanismos de criação, aqueles que incapacitam ou impossibilitam de ter acesso ao tal nível de vida e qualidade de vida, o médio e o desejado (e por isso excluem) , podemos de facto conhecer o fenómeno.

3. Algumas pistas para conhecer os mecanismos de criação da exclusão no nosso Distrito

Julgo que, hoje, o que mais conhecemos e nos assusta, cada vez mais, não é a exclusão ou a pobreza, mas a precariedade, que é, claramente, a sua antecâmara.
De facto, os mecanismos de criação de exclusão ou pobreza são, antes de mais, nos seus primórdios, geradores de precariedade.
Na verdade, sentimos a precariedade porque as colunas fundadoras da “segurança” do nosso modelo civilizacional estão, progressivamente, a deixar de ser o “ancoradouro” dos “barcos”, que são os movimentos sociais, nos quais nós “navegamos”.
Senão vejamos:
. A família deixou de ser extensa, unilocal e para toda a vida: muitos de nós não vivemos na terra dos nossos pais ou avós, alguns de nós já casámos mais de uma vez e outros, seguramente, irão fazê-lo. A crise da representação civilizacional de família é, ao mesmo tempo, a substituição das referências “do sangue” por outros mecanismos de pertença;
. O trabalho, há muito, deixou de ser para toda a vida e de depender de qualificações ou especializações; quantos de nós, antes de termos acesso a profissões ligadas ás nossas qualificações, não tivemos de experimentar outras ...?
Poderia falar de outras “colunas”, mas fiquemos por aqui...
De facto, a precariedade tem a ver com o sentido de insegurança que fomos criando, porque essas “colunas” não foram substituídas por outras.
Mais : o modo ultraperiférico como assumimos a nossa integração nos grandes espaços da globalização e da mundialização, fizeram-nos colocar, sempre em instâncias abstractas e fora de nós (como a União Europeia ou, mesmo, o IEFP ou a Segurança Social), a resolução dos nossos destinos, logo, as nossas novas seguranças agora virtuais.
Mais: o modo como assumimos os modelos culturais anexos a esse processo ou o modo como os recusamos, fizeram-nos descrer em nós mesmos e na validade das relações que estabelecemos uns com os outros: recordo, só, o discurso de exaltação do sucesso e da competitividade dos bem-sucedidos, o discurso de “alguém tem de me resolver o problema porque sou vítima o sistema”, vindo dos mal sucedidos”, as relações humanas “de plástico” dos “realty shows”, a redescoberta e moda dos lugares comuns de linguagem.
O nosso problema é precisamente esse: combatemos a precariedade, logo, a exclusão, sabendo, sem o confessar, que de facto não o estamos a fazer, porque estamos, somente, a evitar que a escola básica da aldeia não feche (mas no próximo ano fechará), que só 1/3 das formandas do curso de agentes de geriatria irão exercer a função, que a IPSS, que é nossa parceira, de solidariedade tem muito pouco. No fundo, intuímos tudo isso, mas não o confessamos: intuímos que o mecanismo fundamental de geração da precariedade é cultural e, depois, é de projecto de vida. Os males económicos do neo-liberalismo simplesmente os agravam...
Então, porque existe a precariedade, no nosso Distrito, a tal que conduz á exclusão e, por vezes, á pobreza ? Todos o sabemos...
Antes de mais, porque há mais de 500 anos que nos iludem e mentem e, ao fazê-lo, nos privam da capacidade de construir um projecto de vida pessoal e de sociedade:
. Porque nos prometeram sempre “amanhãs que cantam”, esquecendo-se que teríamos de ser nós a fazê-los cantar e não a esperar que outros o fizessem;
. Porque nos interiorizaram um discurso de miséria, dizendo que somos pobres, poucos e pequenos e que, só exibindo publicamente tal miséria e pessimismo, teríamos a atenção dos poderes; quantos deputados, autarcas e dirigentes de organizações, ao longo da história, tiveram dificuldade em esconder o agrado que, por isso, lhe causaram os números do desemprego, do envelhecimento e da desertificação;
. Porque colocaram sempre fora de nós e das nossas capacidades a resolução dos nossos problemas, atribuindo-a a grandes obras e iniciativas que, passarão, sempre, ao nosso lado;
. Porque nos ensinaram, ao longo de todos este tempo, que a cidade e o urbano é que era bom e que tudo o que era escala pequena era símbolo de miséria.

Em suma, a verdadeira causa da nossa precariedade é a castração histórica da consciência cidadã que nos privou de nós mesmos.
Poderá estar aqui a chave da compreensão dos mecanismos de criação da tal propalada “pobreza estrutural do Alentejo” e dos seus “rostos oficiais”.

4. Então, que fazer?

Sejamos um pouco optimistas.
É possível combater estes mecanismos criadores de exclusão, entre nós. Só que isso implica que lutar contra a exclusão seja, antes de mais, uma atitude cívica que tenha os seguintes limites:
. A construção, a nível da pessoa, antes de mais, de projectos individuais de vida (e não só de projectos familiares ou profissionais) que permitam o descobrir novas pertenças e vinculações identitárias, construindo uma consciência cidadã;
. A construção, a nível local e regional, de dinâmicas de redescoberta de recursos, que, apropriados pelos cidadãos, sejam geradores de riquezas que são produzidas geridas e partilhadas pelos habitantes;
. A construção, a nível das representações colectivas, da ideia que não está na nossa mão acabar com os rostos/problemas da pobreza, mas está na nossa mão construir as condições locais para que eles não nos afectem.
É evidente que isto implica outros discursos de política social, outras posturas profissionais o outras instituições.
Talvez, por isso, outro dos nossos grandes problemas seja este: queremos combater a exclusão, muitas vezes animados de um discurso inovador e que “vai ao fundo” da questão, mas com instituições com práticas e gestão ainda medieval. Não posso deixar de sorrir quando vejo pessoas como o Padre Maia ou o Padre Melícias a falar de “economia social”: de facto, eles referem-se é á ”economia do social”; ou quando vejo o desprezo institucional a que está votado um documento orientador como o Plano Nacional de Acção para a Inclusão.
Daí que o nosso desafio, neste início de século seja grande e radical: nunca erradicaremos a exclusão e muito menos pobreza, pois ela é regra dos sistemas; está, sim, nas nossa mãos construir sociedades inclusivas, dentro do modelo económico-político infelizmente dominante, e isso passa por:
. Construir a consciência da participação cidadã
. Construir, localmente e articuladamente, processos duráveis de
desenvolvimento.

“A pobreza nasce dentro de nós. Na falta de crença em nós mesmos. Na falta de fé nos outros e no modo como eles nos olham. Na excessiva confiança na dependência dos poderosos. Na descrença absoluta que as transformações históricas são, antes de mais, estados de paixão que rebentam no íntimo de cada um, e, só por isso, incendeiam a sociedade.”
Francesco Alberoni



Viana do Alentejo, 18 de Junho de 2002

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

AVATAR : um filme com mensagem exemplar



Fui, a uma das (boas, mas tão pouco frequentadas ...) salas de cinema do Marco, ver o filme da "moda", estes dias : AVATAR.

Confesso, fui, mas suscitado por a questão (falsa) da classificação etária, pelo menos nesta versão sem 3D. Fui e voltei: vi o filme 2 vezes, em menos de 24 h.

Para além de ser, esteticamente, imensamente bem conseguido, tem uma mensagem sub-liminar evidente : a ligação umbilical entre todos os seres vivos do Universo, uma ideia universal de uma Deusa-Mãe, que a própria Antropologia confirma. E o perigo que o pensamento único "utilitarista" representa para este equilíbrio.


Recomendo, vivamente.



Do mesmo modo, faço um apelo : VÃO AO CINEMA NO MARCO ! AS SALAS SÃO BOAS, os filmes estreiam, também, aqui e adolescentes desrespeitadores há em todo o lado !






Formas de estar na vida....

Os "blog" e, depois, aquilo a que se convencionou chamar "redes sociais", trouxeram á luz do dia o melhor e o pior que existe no ser humano.

Um extra-terrestre que, por não conhecer a nossa realidade, a tentasse entender através dos "blog", tiraria inúmeras conclusões, das quais destacaria o ficar a pensar que existem, em Portugal, centenas de pessoas que se chamam "Anónimo" !

Infelizmente, servem, também, os "blog" para cultivar essa característica, bem portuguesa, do não "dar o nome".

Também, promoveram um traço nacional cada vez mais difundido : a escrita dissimulada. Ou seja, escrever críticas sobre pessoas ou grupos, sem referir a quem se dirigem, deixando, no ar e na sua escrita, um manto diáfano, não de fantasia (como Eça de Queiroz dizia) mas de cobardia.

Pessoalmente, encaro um "blog", como este (disse-o no primeiro "post"), à maneira de um diário pessoal, que partilho com quem o quer ler. Mesmo com aqueles que o fazem com intenções derivadas de certas frustrações pessoais.

Remeto quem faz o favor de me ler, para a autêntica "destilaria de veneno", contra a minha pessoa e contra outros que ousaram criticar o seu "Deus", que são os "post" do meu Camarada, do PS, Jaime Teixeira, no "Marco Hoje", mormente o último, intitulado "Esquizofrenia" ou um anterior , intitulado "Há quem tenha mais que fazer", este em 28 de Novembro.

(Repara, Camarada Jaime, eu digo a quem e ao que me refiro, não me cubro com o manto diáfano acima dito, precisamente, o último).

O meu Camarada Jaime goza, sem o referir e , seguramente, porque não o consegue entender, com o nome do meu "blog"; sobre quem critica o seu "Deus" (que, por sinal, já o desautorizou várias vezes), mas sem dizer os nomes, tece considerações que roçam a calúnia. Repito, como convêm, com o tal "manto diáfano", sem dizer quem são.

É que, Camarada Jaime, o PS local precisa de tudo menos das tuas atitudes. És o maior, fartas-te de trabalhar, mais num dia, do que aqueles que criticam o teu "Deus", num ano, como escreveste. Queixas-te (não sei onde viste isso na minha pessoa) que eles são elitistas, são Doutores. Gostam é de reuniões (olha, um bom manual de História dir-te-ia que um senhor chamado Salazar e o seu contemporâneo Hitler abominavam reuniões...).

Quem tem esquizofrenia, afinal ?

O PS local precisa de tudo menos dos boatos que se põem a circular propositadamente, sabendo que, precisamente, depois, mesmo outros Camaradas, que estão com o teu "Deus", farão com que cheguem aos meus ouvidos. E sabes que eu reajo.

É que, Jaime, nas reuniões do PS eu FALO e assumo o que digo. Tu, simplesmente, fazes comentários em "off", mandas "bocas", depois, fazes o trabalho de conspiração de "sacristia", ou seja, á entrada e saída da reunião, onde consegues ter audiência.


Mas tudo isto , afinal, não foi suscitado pelo meu Camarada Jaime. Já perdi muito tempo com ele.


Serve para, com justiça, corrigir uma afirmação que fiz no último "post":

O Presidente da Concelhia do PS do Marco teve a amabilidade de me telefonar e referir que não havia nenhum pedido de inquérito, conducente a expulsão do PS, sobre mim e sobre o meu Camarada Rolando Pimenta.

Afinal, os profissionais do "boato" mentiram.Resta saber com que intenção. E suscitaram outros a veicular falsa informação, que me chegou. E eu reagi, como gosto de fazer.


Posso ter muitas divergências com o meu Camarada Artur Melo, mas agradeço-lhe a clarificação.

Existe sempre uma diferença entre os seguidores e aqueles a quem consideram "Deus", felizmente.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ser cidadão tem um preço...




Um blog é isso mesmo, um diário pessoal, mas que aceitamos partilhar. Com os riscos que, daí, sucedem.


O pessimismo que vou sentindo marca o meu quotidiano actual; continuo, contudo, a lutar pelas causas que estruturam a minha vida. Não permito o prazer de verem a minha desistência, a ninguém.


Neste momento, por exemplo, estou constituído arguido em 2 processos judiciais. Corre, ainda, ao que sei, um requerimento de militantes locais do PS/Marco para que eu e outro Camarada sejamos expulsos do dito Partido, por infidelidade


Em todos, um denominador comum : denunciei abusos e "malfeitorias" de quem tem Poderes e abusa deles, exprimi a minha opinião, critiquei.


Vamos por partes :


Caso 1 - Neste blog, em Novembro, escrevi o texto "Prostituição política em Estremoz". Convido a uma re-leitura. Logo, "honras ofendidas" se levantam e, juntamente com mais 2 cidadãos (estou bem acompanhado e só o estatuto de arguido me impossibilita de dizer mais sobre quem são), sou acusado de ter "vexado" o recem-eleito Senhor Presidente da Câmara de Estremoz e a Vereadora "eleita pelo PS mas que a troco do vencimento de Vereadora a tempo inteiro declara que passa a integrar quem ganhou, o tal movimento MIETZ". Bom, como se o vergonhoso acto desse "casal autárquico" não fosse público e alvo de chacota nos meios políticos locais e do Alentejo. Lá me defenderei.


Caso 2 - Porque há 25 anos que ando no Mundo do desenvolvimento pessoal e social, fartei-me de ver tanto oportunismo, incompetência e "sacanagem" no mercado da formação profissional e resolvi, juntamente com outros cidadãos do ramo, começar a denunciar, identificando-me (só os "moluscos" são anónimos) e nomeando os infractores, os imensos casos e práticas que fazem denegrir essa actividade. Já redigi 14 denúncias, todas fundamentadas. Sei que algumas estão a conduzir a inquéritos e investigações, um pouco por todo o País. Uma "donzela ofendida" (neste caso uma instituição, por sinal, também, de Estremoz) vem acusar-me (coincidência ?) também de "afirmações vexatórias", ou seja, afinal era mentira o que todos sabem continuar a ser verdade : eles não contratavam formadores por um valor e, depois, obrigavam-nos a fazer um donativo "forçado" de 10% para a Instituição ...; na queixa, também estou muito bem acompanhado por mais 2 arguidos, mas o estatuto obriga-me a ficar por aqui.


Caso 3 - Por inconfidência de alguém, soube que um grupo de "neo-militantes" do PS do Marco (talvez daqueles que, vindos da área do CDS, foram responsáveis pelo brilhante desastre eleitoral de Outubro) requereu a minha expulsão do PS, juntamente com outro Camarada (Rolando Pimenta), por falta de fidelidade ao líder da Concelhia, expressa em textos escritos de crítica à estratégia (?) e prática eleitoral, nas Autárquicas. Bom, se alguém está a mais no PS, acho que não sou eu...; a Declaração de Princípios do PS diz, com clareza, que no PS não há delitos de opinião. Muito menos "peronismo" ou "presidencialismo".


Pois é.

A Cidadania custa algo. Mas não podemos dizer que a defendemos, se não a exercermos e assumirmos os riscos.

Mas vou continuar assim, prevendo já que vou coleccionar estatutos de arguido em muitas ocasiões.